Por maior que seja a maquiagem, outra conclusão não há: a presidente Dilma Roussef mexeu na poupança. Reduziu o ganho das cadernetas.
A explicação oficial é de ser a alteração inevitável para manter a queda dos juros. Há quem suponha ter sido, também, para dar aos bancos a compensação que vinham exigindo por conta da diminuição dos juros. O sistema financeiro vai lucrar um pouco mais nos financiamentos imobiliários.
Em termos políticos, indaga-se porque a presidente decidiu-se por esse passo arriscado, capaz de gerar óbvio desgaste na imagem de seu governo.
No passado, não deu certo. Fernando Collor começou a cair quando congelou as cadernetas de poupança. Não que elas significassem grandes lucros para os aplicadores, mas, em especial, porque eram seguras. Deixaram de ser naquele interregno, sem que a bala única disparada para matar o tigre da inflação acertasse no bicho. Agora, haverá que aguardar a queda dos juros.
DIREITOS PERMANECEM
No pronunciamento que fez quando da posse do novo ministro do Trabalho, a presidente Dilma deixou claro que não cederá à pressão do empresariado para reduzir prerrogativas trabalhistas. De forma clara, acentuou que ao invés de tirar direitos do trabalho, prefere educar e capacitar o trabalhador. Faz tempo que as elites invocam o tal “custo Brasil” para acabar de desmontar o legado de Getúlio Vargas. Muito já conseguiram, a começar pela garantia de emprego, suprimida pelo então presidente Castello Branco, por influência de Roberto Campos. Fernando Henrique Cardoso avançou mais com a chamada “flexibilização” da Constituição. Agora, querem acabar com a multa por demissões imotivadas e desejam fatiar o décimo-terceiro salário e as férias remuneradas em doze parcelas anuais.
Por Carlos Chagas
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